Portugues

 

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LÍNGUA - FALA - NÍVEIS DE FALA - LINGUAGEM
Língua é o sistema de signos vocais de uma comunidade. Signo é o complexo sonoro (por exemplo,
"casa") e o significado que esse complexo comunica (a idéia de casa). Assim, o signo jato,385 tem duas
partes que formam um todo, como as duas páginas de uma folha: o significante (na palavra, a imagem
acústica) e o significado (o conceito). Os signos de uma língua substituem os objetos e os representam. O
conjunto dos signos, organizados em sistema, forma a língua -um verdadeiro código social à disposição
dos indivíduos da comunidade, para a comunicação. Um código criado pela própria comunidade e que
espelha a sua cultura e se transforma num importante fator de unidade nacional.
Cada indivíduo seleciona, no código da língua, os elementos que lhe convêm, conforme seu gosto e sua
necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sócio-cultural em que
vive, etc. Dessa maneira, dentro da unidade da língua, encontramos uma expressiva diversificação, nos
mais variados níveis de fala: infantil ou adulta, coloquial ou formal, comum ou literária, etc. E cada um de
nós também conhece não apenas o que fala, como também muita coisa do que os outros falam; esse é o
motivo por que podemos participar do diálogo com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora
nem sempre a linguagem delas confira exatamente com a nossa. De todas as falas a língua recebe
sugestivas criações que, gradativamente assimiladas pela comunidade, a vão vitalizando e enriquecendo.
Linguagem é a utilização oral (fala) ou escrita da língua. Em tal sentido é que empregamos a palavra nas
expressõeses linguagem oral e linguagem escrita. Trata-se de uma acepção estrita. Num sentido mais
genérico, linguagem seria qualquer sistema de sinais de que se valem os indivíduos para comunicar-se.
Autor: Hildebrando A. de André.
 
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FUNÇÕES DE LINGUAGEM / FIGURAS DA LINGUAGEM
Chamamos linguagem verbal  à possibilidade que tem o Homem de processar comunicação através do uso
de signos lingüísticos. É por meio de tais signos que remete a outrem uma mensagem, a qual, por sua vez,
é portadora daquilo que ele (o emissor) pretende.
Na dependência dessa intenção ou pretensão é que se conforma a linguagem que, ora enfatiza o assunto,
ora destaca o próprio emissor ou  se volta para o receptor; expressa interesse no canal de comunicação,
centraliza-se no próprio código ou vislumbra a possibilidade do jogo artístico. Desta forma, é possível
destacar 6 (seis) funções da linguagem no texto.
Essas funções praticamente não ocorrem individualizadas, mas mesclam-se no conteúdo do texto.
Vejamos:
1) FUNÇÃO REFERENCIAL
A mensagem é de natureza informativa, centrada no objeto ou no assunto de que trata. Procura deixar o
receptor informado, ciente de fatos e ocorrências.
EXEMPLO:
“O Iraque prometeu ontem que vai revidar o bombardeio dos EUA e do Reino Unido, ocorridos próximo
a Bagdá anteontem, que teriam matado dois civis e ferido mais de 20, de acordo com o Ministério de
Saúde do país.” Folha de S.Paulo, 18/02/01
2) FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA
A mensagem fica centrada no próprio emissor, expressando suas particularidades, paixões, sentimentos e
pontos de vista.
EXEMPLOS:
“Oh! Que saudades que tenho/Da aurora da minha vida,/Da minha infância querida/Que os anos não
trazem mais!” (...) Meus oito anos, Casimiro de Abreu
“Quando eu nasci/um anjo louco muito louco/veio ler a minha mão/não era um anjo barroco/era um anjo
muito louco, torto...” Let’s play that. Torquato Neto.
 
 
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3) FUNÇÃO CONATIVA OU PRESSIVA
Neste caso a mensagem é carregada de interesse sobre o receptor, já que pretende persuadi-lo, conquistá-lo
para a aquisições de interesse do emissor. É a linguagem própria da propaganda comercial, dos sermões
religiosos, das aulas argumentativas.
EXEMPLOS:
“Beba Coca-Cola.”; “Fumar é prejudicial à saúde.” “Toma jeito, menina!”
4. FUNÇÃO FÁTICA
Registra-se nos trechos em que o emissor pretende dar início a um processo de comunicação, esforça-se
por manter tal processo e interessa-se em encerrá-lo.
EXEMPLOS:
Bom dia, senhores!; Olá, como vai você?; Não desliga, não, eu explico...; Vocês entenderam tudo?; Bem,
até logo!
5. FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA
Aqui o emissor expressa-se a respeito da própria expressão; usa o código para referir-se ao próprio código.
Apresentam a predominância dessa função as definições, conceitos etc.
EXEMPLO:
“A palavra Geografia é formada de dois radicais de origem grega.”; “Chama-se sujeito o termo com o
qual o verbo concorda.”
6. FUNÇÃO POÉTICA
Caso em que o emissor usa o código de forma artística ou lúdica. O signo é material importante em si
próprio. Poemas, romances, contos e algumas crônicas são produtos textuais em que está normalmente
presente essa função.
EXEMPLO:
“beba coca cola
babe         cola
beba coca
babe cola caco
caco
cola
c l o a c a”
Décio Pignatari
 
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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
No exercício da atividade verbal, o usuário da língua pode optar, de acordo com a situação que perfaz o
contexto, por expressar-se de modo claro, explícito, objetivo ou por uma linguagem particular, subjetiva,
implícita, em que as palavras e expressões se revestem de novos significados, distantes daqueles que lhes
são peculiares. À objetividade de expressão chamamos denotação ou linguagem denotativa. Tal é o que
ocorre nos textos de natureza informativa, nos noticiários, por exemplo; uma vez que a informação não se
pode dar o luxo de exigir manobras intelectuais do receptor.
Chama-se denotativa a expressão objetiva do conteúdo.
Exemplo:
“Os Estados Unidos bombardearam o Iraque.”
A expressão subjetiva chama-se conotativa.
Exemplo:
“A suja guerra ceifa futuros brilhantes.”
A conotação se vale da linguagem figurada, caso em que se atribui à palavra um sentido novo, impresso
numa suprarealidade, calcado na força expressiva.
A linguagem figurada pode ser examinada nos seguintes aspectos, chamados figuras:
FIGURAS DE PALAVRAS OU TROPOS1. 
FIGURAS DE PENSAMENTO2. 
FIGURAS DE SINTAXE OU DE CONSTRUÇÃO E SONORAS3. 
 
 
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 (4 of 68) [05/10/2001 23:38:11]1. FIGURAS DE PALAVRAS  OU TROPOS
Consiste na alteração semântica, no desvio do sentido peculiar da palavra ou expressão, como se pode ver
no seguinte exemplo: “As nuvens são cabelos/crescendo como rios.” João Cabral de Melo Neto. Aqui, o
poeta atribui às nuvens um sentido que extrapola o fenômeno meteorológico. Ele as vê como “cabelos
crescendo...” De acordo com a expressividade as figuras de palavras denominam-se:
a) Metáfora:
Processo em que o usuário, baseado numa comparação implícita, subjetiva, emocional transfere o sentido
de um termo para outro. Alguns exemplos:
Disse o poeta: — Sou de ferro.   
O chão era um braseiro.
Que flor é essa menina!
b) Metonímia:
Ocorre ao se efetuar a substituição de um termo por outro, tendo em vista uma relação interna, de
pertinência ou de contigüidade entre eles. Neste caso, alguns preferem chamar sinédoque. Assim, é
possível empregar-se:
O autor em lugar de sua obra: Conhecer Machado de Assis renova o intelecto. 1. 
A região por aquilo que lá se produz: Um havana é caríssimo! 2. 
O objeto por seu usuário: Nunca param as foices no campo. 3. 
A causa em lugar do efeito: Mantém-se de trabalhos esporádicos. 4. 
O abstrato em lugar do concreto: Era maravilhoso conviver com aquela bondade. 5. 
O efeito em lugar da causa: O inverno matara a plantação. 6. 
O continente pelo conteúdo: Você já bebeu seis copos? 7. 
O símbolo por aquilo que representa: Muitos infiéis aceitaram a cruz. 8. 
 
 
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 (5 of 68) [05/10/2001 23:38:11]c) Perífrase ou antonomásia:
Expressão que substitui o nome real, dando idéia de uma característica marcante.
Exemplos:
O Cisne negro compôs belos poemas simbolistas.
Pelé, o Rei do Futebol, fez muitíssimo pelo esporte.
A Cidade Luz encantou gerações.
O rei dos animais já perdeu muito de sua fama.
c) Catacrese:
A rigor é uma metáfora que perdeu o caráter expressivo, vulgarizou-se, tornando-se praticamente
linguagem denotativa.
Exemplos:
Um dente de alho; o céu da boca; este braço de mar etc.
 
 
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2. FIGURAS DE PENSAMENTO
A alteração de significado ocorre num plano que envolve o raciocínio, o pensamento e não,
necessariamente, o conteúdo semântico do vocábulo empregado.
As principais figuras de pensamento são:
a) Antítese:
Expressa uma oposição de significados, de conceitos.
Exemplo:
“Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.”  Carlos Drummond de Andrade
Ouro, gado, fazendas = vida abastada/ Funcionário público = vida modesta.
Nota: Quando a oposição se dá entre significados de palavras, chamamos antonímia. Exemplo: A vida e a
morte fazem o homem.
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 (6 of 68) [05/10/2001 23:38:11]b) Paradoxo ou oxímoro:
Expressão que reúne idéias absolutamente incompatíveis, logicamente impossíveis.
Exemplo:
Um fogo gélido cortava-lhe a medula.
c) Ironia:
Figura que sugere desagrado: um termo quer dizer exatamente o contrário do que expressa.
Exemplo:
Menina, você é um primor; não arruma nem sua própria cama!
 
 
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d) Eufemismo:
É o mesmo que suavização ou abrandamento. Trata-se do uso de uma expressão menos áspera, menos
chocante com relação a uma realidade.
Exemplo:
Minha mãe descansou da luta diária.
e) Hipérbole:
Ocorre nas expressões entusiásticas, exageradas.
Exemplo:
Já te avisei milhões de vezes.
f) Gradação:
Disposição de termos em ordem crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax) de intensidade.
Exemplos:
A chuva, o vento, a tempestade, a tormenta a tudo destruiu. (clímax). A tormenta, a tempestade, o vento,
a chuva deixaram sua marca de devastação.
g) Prosopopéia:
O mesmo que personificação. Trata de atribuir fala ou atitudes humanas a outros elementos.
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 (7 of 68) [05/10/2001 23:38:11]Exemplos:
A Lua espia-nos através da vidraça.
h) Apóstrofe:
figura de chamamento, apelo, interpelação, confere força expressiva à frase ou verso.
Exemplo:
“Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade”. (Gregório de Matos) “ Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,...”
(Tomás Antônio Gonzaga)
 
 
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FIGURAS DE CONSTRUÇÃO OU DE SINTAXE E SONORAS
Essas figuras realizam-se por meio de estratégias relativas à construção da frase, seja por uma desordem
ou por omissão de certos termos. Incluem-se nesses casos, também as figuras que, explorando a sintaxe
dos fonemas, opera na busca de expressões sonoras. Muitos gramáticos e estilistas as separam como
figuras de som.
a) Elipse:
É a omissão de um termo previsível, subentendido. Esse termo deixa de ser expresso por ser óbvio, mas
também confere elegância à frase.
Exemplo:
Na rua, um malvado; em casa, um santo. Isto quer dizer: Na rua era um malvado; em casa era um santo.
b) Zeugma:
Omissão de um termo anteriormente expresso, ainda que em flexão diferente. Exemplo: Eu jogo futebol;
ela, basquete. Isto quer dizer: Ela joga basquete.
c) Assíndeto:
Omissão da conjunção coordenativa entre elementos de uma oração ou entre orações coordenadas.
Exemplo:
“Avental branco, pincenê vermelho, bigodes azuis, ei-lo, grave, aplicando sobre o peito descoberto duma
criancinha um estetoscópio.” (Paulo Mendes Campos)
 
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d) Polissíndeto:
Nesse processo o que se repete é a conjunção aditiva  “e”.
Exemplo:
” E voava e zumbia, e zumbia, e voava...”  Mosca azul, Machado de Assis.
e) Pleonasmo:
O mesmo que repetição. Pode-se repetir a idéia já contida num termo, o que se pode chamar de pleonasmo
gramatical, ou repetir-se uma função sintática: o pleonasmo sintagmático ou sintático. O pleonasmo
gramatical pode ser uma virtude da linguagem, quando empregado com intenção enfática. Caso contrário,
é um defeito: pleonasmo vicioso.
Exemplos de bons pleonasmos:
de idéia ou gramatical: A música exige ouvidos de ouvir! 1. 
sintático: As malas, devo guardá-las no armário.
               Ao inconveniente,  nunca lhe dou atenção.
2. 
f) Silepse:
É uma espécie de “erro” ou um processo não concorde com o que preceituam as regras gramaticais. É, sem
dúvida, uma licença à intelectualidade. Tal “erro” pode contrariar a sintaxe de concordância verbal.
Exemplo:
Os estudantes éramos inquietos. Tem-se, nesse caso, uma silepse de pessoa, já que o sujeito Os estudantes
exige o verbo na terceira pessoa do plural. Ocorre que o emissor inclui-se no grupo de estudantes
inquietos!
Casos há em que a silepse atinge a concordância numérica, como ocorre em: A multidão corriam pela rua.
Usou-se, aqui, um verbo no plural, procurando uma concordância ideológica, mas não gramatical. Por
outro lado, pode haver a silepse de gênero, como se vê em: Vossa Majestade continua bondoso!. Note que
o termo Majestade é gramaticalmente feminino e isto obrigaria o adjetivo feminino (bondosa). Todavia,
por tratar-se do rei (masculino), fez-se a concordância agramatical, mas ideológica.
 
 
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g) Hipérbato:
O mesmo que inversão. Trata da inversão da ordem direta dos termos constituintes de uma oração. Se a
inversão for muito acentuada, chama-se sínquise.
Exemplo de hipérbato:
Água não bebo, nem vinho provo.
Exemplo de sínquise:
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/De um povo heróico o brado retumbante...”. Nesse caso, a
ordem direta seria a que segue: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo
heróico. Ufa! E para entender o Hino de nossa Pátria!
h) Aliteração:
Consiste na repetição de fonemas consoantes, a fim de que seja construído um resultado sonoro específico.
Exemplo:
“Velho vento vagabundo...” Cruz e Souza.
i) Assonância:
Agora, o que se repete são fonemas vogais.
Exemplo:
“Raia sangüínea e fresca a madrugada. (...)” Raimundo Correia.
 
 
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 (10 of 68) [05/10/2001 23:38:11]j) Anacoluto:
Figura em que se faz a quebra, a desconcatenação da estrutura da oração ou do período. Um dos termos
fica sintaticamente desligado, assim, meio desconexo e sua validade só se efetiva no contexto.
Exemplo:
Ela, já nem ligo para o que ouço!
k) Anáfora:
É a repetição de uma palavra no início, em geral, de cada verso de uma estrofe.
Exemplo:
Olho a cidade que amanhece.
Olho o homem que dorme.
Olho a criança que nasce.
Olho a luz que se acende.
Olho, na esperança de esperança.
 
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Matérias > Português > Gramática > Tonicidade das Palavras, Regras de Acentuação e Ortografia
TONICIDADE DAS PALAVRAS, REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA E ORTOGRAFIA
I. TONICIDADE
Chama-se tonicidade o grau de força dispensado na pronúncia das sílabas do vocábulo; assim, existem
sílabas tônicas e sílabas átonas. São tônicas as que recebem maior intensidade na pronúncia; as átonas se
pronunciam com menos intensidade. A prosódia é parte da Fonética que determina a posição da sílaba
tônica em um vocábulo. Desta forma, de acordo com a quantidade de sílabas de um vocábulo, é possível
haver a seguinte distribuição:
1. Monossílabos:
Têm uma única sílaba e dividem-se em:
a) Tônicos:
Têm autonomia de pronúncia, a intensidade é de sílaba tônica.
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 (11 of 68) [05/10/2001 23:38:11]Exemplos:
pé, não, teu, pneu, nó, tu, ti, mim,  bis etc.
b) Átonos:
Sem autonomia de pronúncia, a intensidade é de sílaba átona.
Exemplos:
me, te, se, lhe, o, a, de, com etc.
 
 
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2. Polissílabas:
Têm mais de uma sílaba e alguns gramáticos os selecionam em dissílabos, trissílabos, chamando apenas
os demais de polissílabos. Para esse caso, preferimos agrupá-los, todos, como polissílabos, a fim de
facilitar a compreensão. Os polissílabos podem, de acordo com a posição da sílaba tônica, classificar-se
como:
a) Oxítonas:
A sílaba tônica é a última.
Exemplos:
a-ca-ra-jé, u-ru-bu, ci-po-al, de-ci-são, con-dor, No-bel etc.
b) Paroxítonas:
A sílaba tônica é a penúltima.
Exemplos:
ca-mi-sei-ro, re-cor-de, me-tro, cãi-bra, pu-di-co, fi-lan-tro-po, for-tui-to, gra-tui-to etc.
c) Proparoxítonas:
A sílaba tônica é a antepenúltima.
Exemplos:
É-clo-ga, a-e-ró-li-to, e-sô-fa-go etc.
Nota: Há vocábulos que admitem dupla prosódia: Oceânia/Oceania; hieróglifo/hieroglifo etc.
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II. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Embora todos os vocábulos tenham o acento tônico — grau de intensidade das sílabas — nem todos  usam
os acentos gráficos: circunflexo/agudo. Assim, é necessário saber-se aplicar as regras de acentuação
gráfica, depois de se verificar a prosódia do vocábulo. Para que se facilite o estudo dessa parte, é bom
aceitar a seguinte distribuição das regras:
a) Casos gerais:
1) Monossílabos:
Acentuam-se apenas os monossílabos tônicos realizados em a, as, e, es, o, os.
Exemplos:
pá, pás, pé, pés, pó, pós, pôs, fé, vê, (tu) vês, etc.
2) Oxítonos:
Acentuam-se os oxítonos terminados em a, as, e, es, o, os, em, ens.
Exemplos:
sofá, Carajás, café, você, vocês, japonês, cipó, carijós, contrapôs, dispôs, armazém, vinténs, etc.
3) Paroxítonos:
Acentuam-se aqueles que terminam em:
l: móvel, imóvel, útil, fácil, retrátil, fusível etc. l  
r: repórter, revólver, caráter, etc. l  
n: hífen, abdômen, pólen, regímen etc. l  
x: tórax, ônix, fênix etc. l  
ps: bíceps, fórceps etc. l  
i/is: júri, lápis, tênis; etc. l  
um/uns: médium, álbum, médiuns, álbuns etc. l  
os que terminam em ditongo crescente: colégio, relógio, farmácia, tênue, sítio etc. l  
ôo: enjôo, vôo, corôo etc. l  
Nota: Do exposto, é possível concluir que são acentuados os vocábulos paroxítonos, exceto os que
apresentem terminação coincidente com os oxítonos acentuados.
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b)Casos especiais:
Nem todas as palavras recebem acento gráfico devido à posição das sílaba tônica, mas por incluírem-se em
casos específicos, a saber:
Recebem acento gráfico as sílabas tônicas formadas por éi, éis, ói, óis, éu, éus: a-ssem-bléi-a,
ge-léi-a, Pom-péi-a, co-ro-néis, he-rói, he-róis, fo-ga-réu, céus etc.
1. 
Acentuam-se o i e o u, quando forem a Segunda vogal tônica em hiato, desde que sozinhos na sílaba
e não seguidos de nh: saída, saúde, reúne, (eu) atraí, atribuí, baús, balaústre etc. Assim, não se
devem acentuar: juiz, raiz, Raul, rainha, bainha, fuinha etc.
2. 
Emprega-se o trema nos grupos silábicos güe, güi, qüe, qüi, desde que o u seja pronunciado e
átono (semivogal) Exemplos: ágüe, enxágüe, ungüento, lingüiça, (eu) argüi, freqüência, cinqüenta
(nunca se grafa cincoenta), tranqüilo, etc.
3. 
ACENTUAÇÃO DE ALGUMAS FORMAS VERBAIS
          lê             lêem                                                      
         dê             dêem              tem                têm                  contém                      contêm
 ele           eles            ele          eles               ele                    eles
         crê            crêem                                                     
         vê              vêem               vem               vêm                 convém                      convêm

Nota: Apenas os verbos ler, dar, crer e ver e seus derivados dobram o e na terceira pessoa do plural, no
presente do indicativo!
 
 
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 (14 of 68) [05/10/2001 23:38:11]ACENTOS DIFERENCIAIS
Atualmente, vigora o acento diferencial de intensidade nas palavras homógrafas e homófonas, cuja única
diferença seja a da intensidade, isto é, uma tônica outra átona. São tônicos os verbos e os substantivos. São
átonas as preposições e as conjunções. Assim, veja o quadro seguinte:
VERBO/SUBSTANTIVO FORMAS PREPOSICIONAIS
 pôr                              por
 pára                             para
 eu pélo                          pelo
 o pêlo                           pelo
 o pólo                           polo
 o pôlo                           polo
 tu côas                          coa
 ele côa                          coa


Foi abolido o acento diferencial de timbre nas palavras homógrafas e heterófonas, excetuando-se a forma
pôde — pretérito —, em oposição a pode — presente. Exemplos:
Ontem ele não pôde comparecer ao escritório.  Hoje ele pode comparecer ao escritório.
 
 
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FONÉTICA: FONEMAS E LETRAS
Um idioma pode manifestar-se de duas maneiras: falado ou escrito. O processo da fala utiliza
determinados sons a que chamamos fonemas. Já o processo escrito serve-se das letras. Assim, a fala é um
processo oral-auditivo e a escrita é um processo visual (ou táctil). Não se podem confundir os dois casos!
Fonema
Técnicamente, fonemas são sinais sonoros, mínimos, distintivos entre dois vocábulos como se observa na
pronúncia de pata, bata e lata, em que ocorrem os fonemas [p], [b] e [l], respectivamente. A língua
portuguesa tem, aproximadamente 33 fonemas.
De uma forma menos teórica, é possível dizer que um fonema é um som mínimo que se agrega a outros
para produzir uma palavra falada.
Letra
O alfabeto da língua portuguesa reúne 23 letras, maiúsculas e minúsculas, podendo ser cursivas ou de
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(15 of 68) [05/10/2001 23:38:11]imprensa. As letras são sinais gráficos, portanto não audíveis, que servem para representar os fonemas —
sinais audíveis; uma vez que a escrita substitui a fala, embora com algumas desvantagens. É importante
que se note a diferença entre o número de fonemas (33) e o de letras (23). Esse fenômeno é um dos fatores
de dificuldades da grafia das palavras.
 
 
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Classificação dos fonemas
1. Vogais:
são pronunciados livremente, ou seja, não há interferência de nenhum órgão da cavidade bucal (dentes,
lingua, lábios). São naturais, da voz, propriamente dita, por isto vocais ou vocálicos.
Exemplos:
/a/ = América; /e/ = elétrica.
2. Consoantes:
só podem ser emitidos quando há a interferência de algum elemento da boca (dentes, língua, lábios), ao
serem pronunciados, somam-se aos fonemas /a/  ou /e/, por isto ditos consoantes (com + soantes).
Exemplos:
/b/ = beleza; /t/ = Teresa.
3. Semivogais:
são fonemas intermediários, nem totalmente livres como os vogais), nem totalmente obstruídos (como os
consonantais). Geralmente são o /w/ e o /y/, quando formam sílaba com os fonemas vogais. O fonema
semivogal é sempre átono, quer dizer, pronunciado com menos intensidade que o vogal com o qual forma
a sílaba.
Exemplos:
cau-te-la =  /kaw/; rui-vo  = /ruy/.
Nota: Não há letra vogal, essa classificação pertence ao fonema! A letra simplesmente representa um
fonema que seja vogal, consoante ou semivogal. A representação universal do fonema utiliza o chamado
alfabeto fonético internacional e sempre marca os elementos entre duas barras.
 
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Encontros vocálicos
a) ditongo:
Uma sílaba em que ocorre encontro de vogal com semivogal e vice-versa. Por isto o ditongo pode ser
crescente (semivogal + vogal) ou decrescente (vogal + semivogal).
Exemplos:
á-gua; he-rói, en-can-tam.
Nota:  Nunca se diz que haja “duas vogais na mesma sílaba”. O fonema vogal é o centro de toda sílaba.
Os ditongos, assim como os tritongos, são inseparáveis na divisão silábica.
b) tritongo:
É a ocorrência em que uma sílaba apresenta um fonema vogal ladeado por dois fonemas semivogais.
Exemplos:
Pa-ra-guai; en-xá-guam.
c) Hiato:
Neste caso há duas sílabas contíguas, formadas, logicamente, por vogais.
Exemplos:
Ce-a-rá, co-o-pe-rar.
 
 
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 (17 of 68) [05/10/2001 23:38:11]Dígrafos e dífonos
Existem casos em que se utilizam duas letras para representar um só fonema: são os dígrafos. Exemplos
chuva [x], an-jo [ã], queijo [k]. Outros casos há em que ocorre o emprego de uma só letra, para representar
dois fonemas. São chamados dífonos.
Exemplos:
tá-xi  /c/ /s/, sin-ta-xe  /c/ /s/.
Encontros consonantais
Neste caso, a sílaba se forma com o encontro de dois fonemas consoantes.
Exemplos:
pre-ço /p/ /r/,  blo-co  /b/ /l/.
Classificação das palavras quanto ao número de sílabas
Dependendo do número de sílabas as palavras dividem-se em:
Monossílabas:
formadas por uma única sílaba. Tal sílaba pode ser tônica ou átona.
Exemplos:
pá. só, me, vê, si, pneu, três, mais, pois etc.
Dissílabas:
Formadas por duas sílabas. Sempre são oxítonas ou paroxítonas.
Exemplos:
ca-fé, li-tro, pei-xe, Cei-lão, mai-o,  etc.
Trissílabas:
Formadas de três sílabas. Podem ser oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas.
Exemplos:
já-ca-ré, ca-mi-sa, téc-ni-co etc.
Polissílabas:
Apresentam quatro ou mais sílabas. Podem ser paroxítonas ou proparoxítonas.
Exemplos:
his-tó-ri-co, ca-fe-i-cul-tu-ra, de-sen-vol-ve etc.
 
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Noções de ortografia
A ortografia define a escrita correta das palavras. Como já se viu na parte de fonética, existem muitos
problemas para a fixação das regras ortográficas. Alguns devidos à não correspondência constante entre
letras e fonemas, outros devidos à própria formação da língua portuguesa, oriunda do Latim e miscigenada
com muitas outras influências. Embora os gramáticos tenha formulado algumas regras práticas, o bom
desempenho ortográfico depende sempre da convivência que o usuário tem com a leitura e com a prática
da escrita. Vejamos algumas regras:
Emprego de S ou Z nos sufixos.
a) Grafam-se com z as palavras que, sendo substantivos abstratos, derivados de adjetivos, usam os sufixos
–ez ou –eza. Assim, tem-se:

Adjetivo               Substantivo
limpo                   limpeza
certo                    certeza
claro                     clareza
estúpido               estupidez
nítido                    nitidez

b) Grafam-se com s as palavras masculinas, indicadoras de títulos nobres, origem ou procedência e as
respectivas formas femininas, já que usam os sufixos –ês, -esa/-essa e –isa. Assim,  tem-se:
Marquês,  libanês, calabrês, marquesa, libanesa, princesa, condessa, papisa, poetisa etc.
c) Grafam-se com s as formas verbais que usam a terminação /-izar/, quando o fonema /z/, representado
pela letra s já se encontra no radical. Em outras palavras, fica mais fácil verificar o que segue: se a palavra
correlata apresentar a seqüência IS + VOGAL, emprega-se a letra s.  Exemplos: analise > analisar; friso >
frisar etc. Caso não ocorra a mencionada seqüência, o verbo passa a utilizar o sufixo verbal –izar, o qual
sempre se escreve com a letra z. Exemplos: real > realizar, catequese > catequizar etc.
d) Grafam-se com a letra s palavras que usam o sufixo formador de adjetivos –oso/-osa. Exemplos:
bondoso, bondosa, orgulhoso, orgulhosa etc.
Outros usos da letra s
Após ditongos: Exemplos: coisa, pousa etc. m  
Os verbos querer e pôr nunca usam a letra z. Exemplos: quiser, puser etc. m  
l  
 
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 (19 of 68) [05/10/2001 23:38:11]
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Emprego da letra J
a) Em verbos com infinitivo em –jar.
Exemplos:
enferrujar, viajar etc.
b) Em palavras que derivem de outras que usem j.
Exemplos:
cerejeira, laranjeira etc.
c) Na grafia de palavras em o original g não confere com a pronúncia.
Exemplos:
anjo, frijo etc.
Emprego da letra G
a) Na grafia de angélico, angelical, frigir, fugir.
b) Nas palavras que usem as terminações: –ágio, -égio, -ígio, -ógio e –úgio
Exemplos:
pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio.
 
 
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 (20 of 68) [05/10/2001 23:38:11]Alguns empregos da letra X
a) Nas palavras iniciadas por en, exceto quando derivadas de outra que comece por ch.
Exemplos:
enxoval, enxurrada, enxovia etc. encher, enchente etc.
b) Nas palavras que começam com me, exceto mecha e mechoação.
Exemplos:
mexer, México etc.
c) Após ditongos: caixa, caixote, frouxo etc.
É muito importante ressaltar que a verdadeira prática ortográfica depende de intenso convívio com as
palavras, através de leitura e escrita constantes. Pratique!
 
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Matérias > Português > Gramática > Significação das Palavras
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
O significado de uma palavra está sempre relacionado ao contexto em que se insere. Palavras isoladas são
meros vocábulos e não prendem a si um sentido específico — talvez genéricos. Por isto é que se deve dar
muita atenção ao estudo da denotação e da conotação.
No âmbito do significado é importante verificar-se o que segue:
1. Palavras homônimas.
Apresentam coincidência na grafia, na pronúncia ou em ambas. Observe:
a) coincidência na grafia (homógrafas):
Tragam-me uma colher.
 Vou colher bons frutos.
O substantivo e o verbo apresentam a mesma grafia, embora se pronunciem de forma diferente.
b) coincidência na pronúncia (homófonas):
Quero o conserto do carro imediatamente!
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 (21 of 68) [05/10/2001 23:38:11]O Brasil fez um concerto com o FMI.
O substantivo conserto (= reforma) tem a mesma pronúncia do substantivo concerto (= acordo), embora
sejam grafados diferentemente.
Nota: A palavra concerto também pode significar espetáculo musical.
a)coincidência de grafia e de pronúncia (homônimas perfeitas):
Ele vende mangas e laranjas.
A costureira vai reformas as mangas da camisa.
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Significação das Palavras
2. Palavras parônimas.
Nunca apresentam coincidência gráfica ou fonética; apenas são semelhantes. Confira!

Palavra               Significado                           Palavra               Significado
absorver              perdoar                               absorver              reter
acender                pôr fogo                            ascender              elevar-se
acento                 sinal gráfico                        assento               lugar
acurado               feito com esmero                apurado               fino
aferir                   conferir                                auferir                 obter lucro
amoral                indiferente à moral               imoral                 devasso
comprimento       extensão                           cumprimento         saudação
conjetura             hipótese                            conjuntura             situação
deferir                 atender                              diferir                     diferenciar

Nota: Convém que o interessado consulte vasta relação dessas palavras nas boas gramáticas de que
dispõe.
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Significação das Palavras
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 (22 of 68) [05/10/2001 23:38:11]Existem expressões parônimas que devem chamar a atenção do usuário da língua, uma vez que seu mau
emprego denota despreparo quanto ao vocabulário da língua. Eis mais alguns:
A PAR:
Sugere estar bem informado, Ter conhecimento de algo.
Exemplo:
Estou a par de sua situação.
AO PAR:
Emprega-se relativamente à cotação monetária.
Exemplo:
O real e o dólar hoje estão ao par.
AFIM:
Aquilo que é igual, semelhante, análogo.
Exemplo:
Você tem Coca-Cola ou um refrigerante afim?
A FIM (DE):
Expressa idéia de finalidade.
Exemplo:
Não estou a fim de sair hoje.
 
 
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 (23 of 68) [05/10/2001 23:38:11]À MEDIDA QUE:
Expressa relação de proporcionalidade; equivale à expressão à proporção que.
Exemplo:
À medida que estudo, progrido.
NA MEDIDA EM QUE:
Corresponde a tendo em vista que. Expressa uma noção causal.
Exemplo:
Na medida em que estava despreparado, tive problemas na prova.
SENÃO:
Equivale às expressões do contrário ou a não ser.
Exemplos:
Beba o remédio, senão pode ficar pior. Você nada faz, senão interromper o trânsito.
SE NÃO:
Trata-se de duas palavras: conjunção condicional se e advérbio não. Equivale à conjunção caso.
Exemplo:
Só irei à cidade, se não chover. (caso não chova.).
 
 
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 (24 of 68) [05/10/2001 23:38:12]CLASSIFICAÇÃO E USOS DA PALAVRA “QUE”.
a) Substantivo:
desde que haja determinante (artigo, numeral ou pronome adjetivo). Aparece sempre com acento
circunflexo.
Exemplos:
Ela sempre tem um quê de felicidade nos olhos.
Naquela prova, dois quês salvaram a minha pele. Este quê sempre causa algum problema.
b) Interjeição:
seguido de ponto de exclamação. Exprime emoção ou admiração. Também acentuado.
Exemplo:
Quê! Você por aqui?!
c) Advérbio:
denota intensidade. Equivale a quão. Precede um adjetivo em frases exclamativas.
Exemplo:
Que lindo está o dia!
d) Pronome adjetivo:
em orações interrogativas (pronome interrogativo) e exclamativas (pronome indefinido).
Exemplos:
Que horas são?
Que trabalho espetacular!
 
 
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 (25 of 68) [05/10/2001 23:38:12]e) Pronome substantivo:
em orações interrogativas (interrogativo) e em orações exclamativas (indefinido).
Exemplos:
Que disseste?
Que preguiça!
f) Pronome relativo:
inicia orações subordinadas adjetivas; sempre retoma o termo antecedente posto na oração principal.
Exemplo:
Nunca comprei o livro que eu quero. (= eu quero o livro). Neste caso a palavra “que” refere-se ao
antecedente o livro.
g) Conjunção:
pode ser coordenativa (aditiva: = e), (adversativa: = mas) (explicativa: = pois).
Exemplos:
Fala que fala e não o entendemos. Outro que não eu irá ao escritório. Volte rápido que tenho pressa. Pode
ser subordinativa. Vejam-se as orações subordinadas substantivas e as subordinadas adverbiais.
h) Preposição:
Equivale a de.
Exemplo:
Tenho que sair mais cedo. (= Tenho de sair mais cedo.).
Notas:
Na expressão é que, funciona como partícula de realce (expletiva). Exemplo: Isto é que  é trabalho! 1. 
Em final de frase sempre se acentua a palavra “que”.2. 
 
 
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 (26 of 68) [05/10/2001 23:38:12]CLASSIFICAÇÃO E USOS DA PALAVRA “SE”
a) Conjunção:
pode ser integrante, quando introduz as orações subordinadas substantivas, ou subordinativa, caso em que
introduz orações subordinadas adverbiais. Para melhores esclarecimentos é bom estudar o período
composto por subordinação.
b) Pronome apassivador:
É também chamado de partícula apassivadora. Emprega-se com verbos transitivos diretos e seu papel é
transformar o objeto direto em sujeito paciente.
Exemplo:
VENDER                 CASA
  (v.t.d.)                     (o.d.)
                    (SE)
        (pronome apassivador)
  VENDE – SE         CASA
      (v.t.d.)            (suj. paciente)
c) Indice de indeterminação do sujeito:
Ocorre nos casos em que o sujeito da oração deve estar indeterminado, ou seja, o processo faz alusão a um
fato genérico, sem que se esclareça o agente. O indice de indeterminação do sujeito não ocorre com verbos
transitivos diretos, exceto quando o objeto direto estiver preposicionado.
Exemplos:
Vive-se bem aqui em São Paulo. Necessita-se de bons políticos. Era-se muito feliz na infância. Admira-se
a Vieira.
Nota: Havendo índice de indeterminação do sujeito, o verbo permanece na terceira pessoa do singular.
d) Pronome reflexivo e recíproco:
Casos em que a partícula se denota um processo reflexivo, isto é, a ação indicada pelo verbo recai no
próprio sujeito (= a si mesmo). Será recíproco sempre que o verbo denotar reciprocidade de ação. Denota
a expressão um ao outro.
Exemplos:
O rapaz considerou-se ( = a si mesmo) ótimo aluno.    Os jogadores agrediram-se (= uns aos outros)
durante a partida de futebol.
e) Partícula de realce:
Em desuso na linguagem atual, serve para enfatizar o processo verbal.
Exemplo:
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 (27 of 68) [05/10/2001 23:38:12]As meninas sorriam-se felizes.
 
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Significação das Palavras
CLASSIFICAÇÃO E USOS DA PALAVRA “A”.
1. Artigo definido feminino:
Corresponde ao indefinido uma. É palavra determinante de um substantivo.
Exemplo:
Comprei a casa. (= Comprei uma casa.).
2. Preposição:
Elemento de relação entre dois termos. Operar nas relações de regência nominal ou verbal. Muitas vezes
equivale à preposição para.
Exemplos:
É muito fácil ir daqui a Santos. Refiro-me a todos os alunos. A menina está a namorar.
3. Pronome pessoal oblíquo átono:
Corresponde, na forma oblíqua, ao pronome reto ela.
Exemplo:
Nunca a vi mais gorda.  (Nunca vi “ ela” mais gorda.).
4. Pronome demonstrativo:
Equivale a esta, aquela.
Exemplos:
Tenho duas camisas novas, a que uso hoje está manchada, mas a que guardei não apresenta defeitos.
Nota:  A forma HÁ corresponde ao presente do indicativo do verbo haver e é empregada para expressar:
fato já ocorrido: Cheguei da Europa há dois meses. l  
Fato que se desenvolve: Estou aqui há duas horas. l  
Existência: Há árvores em toda a extensão do caminho. l  
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 (28 of 68) [05/10/2001 23:38:12]Ocorrência: Às vezes há desastres horríveis. l  
Permanência: Há, ainda, muitas pessoas na sala de espera. l  
 
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Significação das Palavras
EMPREGO DAS FORMAS POR QUE, PORQUE.
Por que
Início de frase interrogativa. Exemplo: Por que há tantos buracos na rua?1. 
Nas frases interrogativas indiretas (equivale a por qual motivo). Exemplo: Diga-me por que existem
pessoas ruins.
2. 
Como pronome relativo, precedido de preposição por. Equivale às formas pelo qual, pela qual etc.
Exemplo:
Não sabemos os motivos por que ela desistiu do noivado.
3. 
Por quê
Empregado apenas em final de frase. O acento indica ser um monossílabo tônico.
Exemplo:
Ela desistiu do noivado por quê?
Porque
Classifica-se como conjunção. Expressa causa, explicação ou finalidade.
Exemplos:
Traga-me os documentos porque devo levá-los ao advogado.  Morreu porque bebeu veneno.
Estuda muito porque te saias bem nas provas.
Porquê
Deve ser acentuado graficamente: é um substantivo formado por derivação imprópria. Neste caso virá
precedido de artigo ou de outro determinante.
Exemplos:
O porquê de sua mágoa não ficou muito claro.  Todo porquê causa um certo desconforto. Dois porquês
Matérias > Português > Gramática > Língua, fala e linguagem
 (29 of 68) [05/10/2001 23:38:12]salvaram-me da reprovação no exame.
 
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Matérias > Português > Gramática > Morfologia > Estrutura e Formação das Palavras
MORFOLOGIA I - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Os vocábulos da língua portuguesa são, normalmente, constituídos de um elemento fundamental, básico
para a significação ao qual se dá o nome de radical ou semantema. Esse elemento é portador do sentido
primeiro da palavra, desprovido de elementos flexionais, indicadores de gênero e número nos nomes e de
conjugação, tempo, modo e pessoa nos verbos. A estes estes elementos chamamos desinências ou
morfemas. Há, também as vogais temáticas. Observe os exemplos seguintes:
Menin +    a            s

                 o            s

radical      desinências

ama        +           a                 +          sse            +       mos
radical          vogal temática             desinência            desinência


Existem, ainda, elementos que servem para formar novas palavras, a partir do radical: são os afixos
(prefixos, quando postos antes do radical e sufixos, quando postos depois do radical.
Exemplos:
infeliz; felizmente.
A partir da análise desses elementos designam-se os processos de formação das palavras. Basicamente são
dois os processos: derivação e composição.
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Morfologia > Estrutura e Formação das Palavras
Matérias > Português > Gramática > Língua, fala e linguagem
(30 of 68) [05/10/2001 23:38:12]Processos de derivação
a) prefixal ou prefixação:
Adição de um prefixo ao radical.
Exemplo:
desleal.
b)sufixal ou sufixação:
Adição de um sufixo ao radical.
Exemplo:
lealdade.
c) prefixal e sufixal:
Adição de um prefixo e de um sufixo ao radical.
Exemplo:
deslealdade.
Nota: Nos casos de derivação prefixal e sufixal sempre se formará uma palavra com qualquer dos afixos.
Verifique: desleal/lealdade.
d) derivação parassintética:
Na parassíntese ocorrem dois afixos simultaneamente. Assim, não se pode usá-los separadamente.
Exemplo: envelhecer. Note que não é possível formar envelh nem velhecer.
e) derivação regressiva ou deverbal:
Geralmente forma substantivos abstratos indicadores de ação. Consiste no aproveitamento do radical de
um verbo ao qual se acrescenta uma vogal temática de nomes: a, e ou  o .
Exemplos:
a luta (de lutar + a); o combate (de combater + e); o choro (de chorar + o).
f) derivação imprópria:
Caso em que se faz a mudança de classe da palavra: verbos passam a substantivos, adjetivos passam a
substantivos, nomes comuns passam a próprios e assim por diante.
Exemplos:
“O fumar prejudica a saúde.”
“Não conhecíamos o falecido.” (particípio do verbo falecer passou a substantivo). “Procure o Sr. Leitão.”
(substantivo comum passou a substantivo próprio).
Matérias > Português > Gramática > Língua, fala e linguagem
(31 of 68) [05/10/2001 23:38:12]
 
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Matérias > Português > Gramática > Morfologia > Estrutura e Formação das Palavras
Processos de composição
a) justaposição:
forma palavras por meio da junção de radicais, sem que haja neles alteração morfológica. Alguns desses
nomes têm seus núcleos separados por hífen, outros não.
Exemplos:
couve-flor; passatempo, girassol.
b) aglutinação:
forma palavras por meio da junção de radicais que sofrem alteração morfológica.
Exemplos:
fidalgo (filho+de+algo); vinagre (vinho+acre); petróleo (pedra+óleo).
Nota: Chama-se hibridismo o processo que reúne elementos mórficos de origens diferentes. Exemplo:
televisão (tele = grego + visão + latim)
Outros processos de formação de palavras
a) onomatopéia:
formação de palavras que sugerem ruídos, barulhos, sons de animais.
Exemplos:
reco-reco; teco-teco; chibum!, tilintar, farfalhar, urrar, arrulhar, berrar.
b) Sigla ou siglonimização:
Muito freqüentes em nossa língua, principalmente na esfera governamental.
Exemplos:
INSS, IPVA, IPTU.
c) Redução ou abreviação:
Consiste em utilizar apenas parte da palavra.
Exemplos:
Matérias > Português > Gramática > Língua, fala e linguagem
 (32 of 68) [05/10/2001 23:38:12]tevê (por televisão); fone (por telefone); ônibus (por auto-ônibus).
 
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Matérias > Português > Gramática > Morfologia > Classes Gramaticais
MORFOLOGIA II   -   CLASSES GRAMATICAIS
Os vocábulos da língua portuguesa reúnem-se em classes ou categorias gramaticais. São dez. Seis
chamadas classes variáveis e quatro chamadas  classes invariáveis. Deve-se observar que a classificação
morfológica de uma palavra sempre está relacionada com o contexto em que estiver empregada. Bem por
isto convém atentar para o processo de derivação imprópria. São classes variáveis:
SUBSTANTIVO:
O “nome” por excelência. Palavra com que se denominam seres, coisas, atos, enfim, tudo quanto o ser
humano percebe. Muitos substantivos expressam idéia de um conjunto de entes. Classificam-se em:
próprios:
aqueles que particularizam um ente no meio de sua espécie.
Exemplos:
Pedro; Curitiba; Casa Silva.
comuns:
aqueles que nomeiam todos os elementos de uma mesma espécie.
Exemplos:
homem;  cidade, loja.
concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes dois sentimentos ou
julgamentos do ser humano.
Exemplos:
Deus; fada; espírito; mesa; pedra.
abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos e sentimentos.
Matérias > Português > Gramática > Língua, fala e linguagem
 (33 of 68) [05/10/2001 23:38:12]Exemplos:
dor; saudade; beijo; pontapé; chute; resolução; resposta etc.
coletivos:
aqueles que nomeiam conjuntos.
Exemplos:
manada; bando; biblioteca; discoteca; pinacoteca etc.
Nota: Há coletivos específicos, como cáfila (conjunto de camelos), e não-específicos, como bando (de
aves, de marginais etc.).
primitivos:
substantivos que dão origem a outros, através dos processos de derivação.
derivados:
são os substantivos formados por processos de derivação, exceto a imprópria.
Os substantivos podem, ainda, ser simples ou compostos.
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Morfologia > Classes Gramaticais
Flexões dos substantivos
Os substantivos flexionam-se em gênero, número e grau.
a)gênero:
Relativamente à flexão de gênero, os substantivos podem ser biformes ou uniformes. Os
biformes, também chamados heterônimos, apresentam formas distintas para masculino ou
feminino.
Exemplo:
homem/mulher.
Os substantivos uniformes separam-se em:
Epicenos:
Neste caso o gênero se indica com a adição dos designativos macho/fêmea.
Matérias > Português > Gramática > Língua, fala e linguagem
 (34 of 68) [05/10/2001 23:38:12]Exemplos:
jacaré macho; jacaré fêmea.
Comuns-de-dois-gêneros:
Caso em que o gênero é indicado pelo artigo ou pronome que o determinem.
Exemplos:
O/A estudante; O/A motorista etc.
Sobrecomuns:
O gênero só se revela no contexto, independentemente do artigo que os precede.
Exemplos:
O cônjuge (marido ou mulher); o carrasco (homem ou mulher); o caixa (homem ou mulher).
Existem substantivos que, sendo masculinos têm um significado, sendo femininos, têm outro.
Alguns exemplos:
O águia (indivíduo esperto)             A águia (ave de rapina)
O cabra (homem valente, rude)        A cabra (animal)
O caixa (tesoureiro/tesoureira)       A caixa (recipiente)
O moral (o ânimo)                           A moral (ética, dignidade)
O rádio (aparelho receptor)             A rádio (estação transmissora)
 
 
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Matérias > Português > Gramática > Morfologia > Classes Gramaticais
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